Secretaria informou, em nota, estar ciente do caso e que está colaborando com as investigações
Médicos que atuam no Hospital Estadual de Mirandópolis não cumprem jornada integral e chegam a dividir plantões em grupos, trabalhando três horas, mas ganhando por doze. Essa constatação foi feita pelo Ministério Público após investigação iniciada a partir de representação da AAMI (Associação de Amigos de Mirandópolis).
O MP ingressou com três ações na Justiça — duas delas por improbidade administrativa envolvendo dois médicos. A outra é direcionada à Secretaria de Estado da Saúde e ao atual diretor da unidade, solicitando que ambos promovam medidas efetivas de controle da jornada, sob risco de multa diária de R$ 5 mil. Conforme a Promotoria, prestadores de serviços do hospital, em sua maioria, porteiros, confirmaram que os médicos têm o hábito de registrar o ponto no relógio situado na guarita dos fundos da unidade e, depois, vão embora, sem ao menos entrar no prédio para trabalhar. Outra irregularidade descoberta é a divisão informal do horário de plantão. Por exemplo: se há quatro profissionais responsáveis por uma jornada de 12 horas, cada um deles atenderia por três, ficando liberado no restante do tempo e voltando horas depois para registrar a saída. Ou seja, ganhavam mais e trabalhavam menos. “A direção do hospital e os órgãos de fiscalização tratam a prática com a naturalidade dispensada aos atos legais e costumeiros, tanto que sequer existia procedimento administrativo instaurado para apurar citada infração”, destacou o MP, na ação contra o Estado e o atual diretor. OUTRO LADOA reportagem telefonou no consultório da médica, em Araçatuba, ontem, mas sua secretária disse que ela retornaria. No entanto, não retornou o contato. A Folha também procurou o Hospital de Mirandópolis atrás do diretor, mas na terça-feira (9) ele não trabalhou na unidade, apenas em seu consultório, em Guararapes. Foi enviado e-mail a ele, mas houve resposta. Já a Secretaria de Estado da Saúde informou estar ciente dos inquéritos referentes ao Hospital de Mirandópolis e que está colaborando com o Ministério Público, disponibilizando todas as informações necessárias para apurar as supostas irregularidades das quais pode ter sido vítima. Além de seguir orientações apontadas pelo órgão, como a alteração do local dos relógios de registro para melhor controle, “informamos também que foi aberta uma investigação interna para apurar os casos”, destacou, em nota.
FONTE: FOLHA DA REGIÃO