sábado, 12 de setembro de 2015


Jovem de Praia Grande é selecionada para estudar Medicina na Rússia

Sofia Oliveira embarca neste domingo para realizar o sonho de virar médica

11/09/2015 - 21:15 



Sofia irá morar na Rússia para estudar Medicina
"O importante é termos a capacidade de sacrificar aquilo que somos para ser o que podemos ser". A frase do ensaísta francês Charles Du Bos é a inspiração para a estudante Sofia Oliveira Lima de Alcântara, de 20 anos, enfrentar um dos maiores desafios de sua vida: deixar a vida no Brasil e mudar-se para a Rússia para realizar o sonho de cursar Medicina. Moradora do Ocian, em Praia Grande, a jovem embarca neste domingo (13) para Kursk com outros 30 brasileiros.
Sofia terminou o Ensino Médio em 2012 e tentou, sem sucesso, entrar em universidades públicas. As faculdades particulares eram caras demais. No início do ano passado, começou a cursar Biomedicina no Centro Universitário Lusíada (Unilus), em Santos, mas ainda com o sonho de ser médica.
Por isso, se cadastrou na Aliança Russa, representante das principais universidades russas no Brasil, e passou na seleção para estudar na Universidade Médica Estatal de Kursk.
"Essa empresa marca uma entrevista presencial no escritório deles, em São Paulo. Eles veem o perfil do aluno e da família e explicam como é viver lá e o sistema de ensino russo", conta Sofia, que soube da oportunidade por meio de uma amiga com quem estudou no Ensino Médio. Depois da entrevista, os documentos pessoais e o histórico escolar do candidato são enviados à universidade.
Aprovada pela instituição de ensino, Sofia confirmou sua ida à Rússia em 12 de agosto, quando pagou a primeira parte do curso, que tem duração de seis anos. São US$ 2,5 mil (o que hoje corresponde a cerca de R$ 9,7 mil) a cada seis meses, incluindo material didático, seguro médico e cursos extras.
O governo da Rússia subsidia os alunos estrangeiros que vão ao País estudar, o que diminui o custo do curso. "Fiz as contas e, mesmo com o dólar alto no momento, durante os seis anos, iria gastar R$ 120 mil. No Brasil, só de mensalidade eu gastaria R$ 500 mil", afirma Sofia, destacando a qualidade e o reconhecimento da universidade de Kursk, cujo diploma é aceito em toda a Europa.
Adaptação
A Rússia é um país com cultura e clima bem distintos do Brasil. O idioma, a princípio, não deve ser uma dificuldade, pois o ensino na Universidade Médica Estatal de Kursk é em inglês, e Sofia terá cursos extracurriculares de russo e latim. Quanto ao clima, os edifícios são projetados para resistir ao frio que pode chegar a 30ºC negativos no inverno. Em relação ao estilo de vida, a cidade de Kursk recebe milhares de estudantes estrangeiros, o que resulta em uma grande diversidade cultural.
Por isso, a jovem de Praia Grande acredita que, apesar das diferenças, irá se adaptar bem à nova vida. "Eu estou tranquila por saber que tenho uma amiga lá, por ir com um grupo e por estar diretamente ligada ao consulado. Isso passa a segurança de que não vou investir dinheiro nesse sonho e acabar me decepcionando". 
Universidade Médica Estatal de Kursk é uma das mais importantes da Rússia
Ela admite que a saudade dos familiares no Brasil será um peso. "Vai ser difícil. Não vou falar que vai ser fácil", comenta, salientando que, mesmo longe, poderá se comunicar com os parentes pela internet. "Hoje em dia tem Skype e WhatsApp e não vou me sentir tão afastada, igual antigamente que a comunicação era por cartas".
A mãe da jovem, a professora Judith de Oliveira Lima de Alcântara, de 52 anos, não imagina como irá se sentir na segunda-feira (14), depois da viagem da filha, e prefere pensar na felicidade de Sofia como alento para a saudade. "Ela vai realizar um sonho e, para nós, é um grande presente ver um filho realizando um sonho", conta. "Vai ser uma vazio muito grande, mas a tecnologia vai permitir que estejamos próximos".
Sofia quer se especializar em perícia médica e não pretende voltar ao Brasil depois de concluir a faculdade. 
Seleção
Saber viver longe da família e ter disciplina são critérios analisados na entrevista de seleção da Aliança Russa. Os estudantes, que se inscrevem pela internet, são avaliados também por suas notas e cursos realizados ao longo da vida escolar. Tudo para que a empresa tenha certeza de que o aluno irá se adaptar ao sistema de ensino russo. "O ensino é bem rígido. As turmas têm 12 alunos por sala, então o professor sabe nome e sobrenome de cada um", exemplifica a diretora da Aliança Russa no Brasil, Carolina Telléz Perecini.
O curso de Medicina que Sofia irá fazer é integral e tem carga horária mínima de 11.400 horas. No Brasil, o Ministério da Educação determina pelo menos 7.200 horas.
A Aliança Russa, além de selecionar os alunos, providencia toda a documentação para que os estudantes possam morar na Rússia e os acompanha durante o tempo do curso. "Toda a parte burocrática é feita pela Aliança Russa. Os estudantes são examinados e acompanhados. Chegando lá, têm as moradias separadas e uma pessoa os ajudam a se integrar à comunidade", explica Carolina.
Por ano, cerca de 150 estudantes brasileiros são enviados à Rússia, sendo 80 só para o curso de Medicina. Atualmente, há 1.000 alunos no exterior. "Eles procuram qualidade no ensino", atesta a diretora. "A Rússia faz parte do Diploma Único de Educação Superior da Europa, ou seja, todas as grades curriculares e cargas horárias são padronizadas a qualquer país da comunidade europeia".
Site Aliança Russa: www.aliancarussa.com

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