domingo, 28 de setembro de 2014

Pesquisa mostra que Mais Médicos não prioriza Nordeste; Teresina está fora

Levantamento feito pela Folha de São Paulo constatou que o programa Mais Médicos, do governo federal, não prioriza municípios do Nordeste. Teresina é citada como uma das capitais que não possuem nenhum médico estrangeiro ou brasileiro.



O programa é tido como estratégico por parte do governo para atender os municípios que não são escolhidos pelos profissionais que passam em concursos públicos. Ao todo, 14 mil médicos estrangeiros, sendo 79% deles cubanos, estão espalhados por 3.780 municípios.


O Ministério da Saúde garante que ao menos um médico foi enviado para todos os municípios que solicitaram. Assim como Teresina, Barcarena (PA), Aurora (CE) e Croatá (CE) receberam apenas um médico. Garanhuns (PE), que possui 136 mil habitantes e seis ambulatórios de saúde na zona rural sem médicos fixos, é uma das 446 cidades que receberam um profissional apenas no Nordeste.

A Fundação Municipal de Saúde informou que solicitou seis médicos do governo federal para vagas ociosas, na época, na cidade. Porém, só foi contemplada com dois profissionais. Os médicos ficaram seis meses e se desligaram do programa, após passar em residência médica fora do Estado.

O diretor de ações assistenciais da Fundação de Saúde, Francisco Pádua Sá, disse que a falta de profissionais se deve principalmente por pedido de aposentadoria, demissões e licença para capacitação. Porém, o diretor não soube informar a quantidade de postos de saúde sem médico na capital.

“A necessidade de médico em Teresina é muito dinâmica. Existem médicos que passam em concurso, estão de licença médica ou afastados para capacitação e são vagas em aberto que estamos sempre cobrindo. Já precisamos do Mais Médicos e não vieram, mas se houver necessidade vamos novamente solicitar”, disse Francisco Pádua.

A Folha visitou três postos de Saúde em Teresina nos bairros Alto da Ressurreição, Cristo Rei e Poty Velho. Nestes postos haviam médicos do PSF (Programa Saúde da Família). A população reclamou das filas para agendamento de consultas médicas e demora no atendimento. Na cidade, são 254 equipes do PSF para atender em 90 unidades de atenção básica na zona urbana e rural.



Leilane Nunes e Yala Sena
redacao@cidadeverde.com

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