quarta-feira, 29 de julho de 2015

Seis mil estudantes foram jubilados da UEA e Ufam em 2014

Até junho deste ano já foram 1.109 desligamentos.

Maior parte dos universitários desligados da Ufam é por não ter efetivado a matrícula em mais de quatro semestres.              Foto :Eraldo Lopes
Manaus - As universidades Federal (Ufam) e do Estado do  Amazonas (UEA) somaram, no ano de 2014, mais de 6 mil jubilamentos por abandono e excedente de tempo para terminar o curso. Até junho deste ano, já são 1.109 desligamentos. As informações são das assessorias das instituições.
Na Ufam, foram 3.589 alunos jubilados por não terem efetivado a matrícula em mais de quatro semestres, consecutivos ou não, e 582 por terem ultrapassado o tempo para a integralização do curso. Já a UEA contabilizou 2.109 alunos desligados, no ano passado. 
O número de abandono têm aumentado nos últimos anos. Em 2013, na Ufam, dos discentes que ultrapassaram o tempo máximo para terminar o curso, foram jubilados 184 alunos e, dos que não se matricularam, foram 1.403. Na UEA, o número de jubilados chegou a 1.575 alunos. A Ufam tem mais de 30 mil alunos e a UEA 19.804.
Segundo o professor  Antônio Heriberto Catalão Junior, diretor do Departamento de Registro Acadêmico (DRA/Proeg) da Ufam, não há um estudo, na instituição, para saber os motivos que levam os alunos desistirem dos cursos de graduação. “Não sabemos, mas saliento que as desistências formais, que são registradas mediante formulário próprio, não correspondem a jubilamentos e não são incluídas nesse universo”, disse.
Conforme o diretor do DRA/Proeg, há prejuízos para a universidade quando a desistência não é feita formalmente. “Os jubilamentos têm como objetivo reduzir o prejuízo causado por aqueles que, apesar de ocuparem vagas na Ufam, não concluem seu curso de graduação nem desistem formalmente de ocupá-las”.
A não desistência oficial do curso causa, segundo o professor, prejuízos como a diminuição do índice de sucesso da Ufam, piorando a proporção entre o número de ingressantes e o número de formados a cada ano. Outro prejuízo, conforme ele, é o impedimento que a vaga seja oferecida a outros candidatos que tenham interesse em cursar a universidade pública.
As vagas resultantes de jubilamento e por desistências formais são oferecidas à comunidade para reocupação, por meio do Processo Seletivo Extramacro (PSE), realizado anualmente pela Ufam.
A reitoria da UEA informou, por meio da assessoria, que faz um planejamento para todos os alunos que ingressam na universidade, de modo que quando há o desligamento, a instituição é obrigada a lançar outras estratégias para preencher as vagas remanescentes, como transferência facultativa, revalidação de diploma e outros.


Unisalesiano vai investir R$ 32 mi em curso de medicina até 2026

Reitor da instituição, padre Luigi Favero explicou, em coletiva, como serão investidos os recursos


Por: MONIQUE BUENO 
          FOLHA DA REGIÃO

  O reitor do Unisalesiano (Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium), padre Luigi Favero, anunciou na manhã desta terça-feira (28) que a instituição vai investir R$ 32 milhões no curso de medicina, em dez anos, a partir de 2016. Desse total, R$ 20 milhões serão usados para melhorias no SUS (Sistema Único de Saúde) de Araçatuba, como construção de unidades de saúde e compra de equipamentos.

  A aplicação dos recursos financeiros na rede pública de saúde consiste na contrapartida definida pelo MEC(Ministério da Educação) para que as instituições pudessem participar da disputa pelo curso de medicina, que integra o programa Mais Médicos.

  Além do Unisalesiano, concorreram ao curso a Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), de Presidente Prudente; Cruzeiro do Sul Educacional S.A., de São Paulo; Sistema Educacional Brasileiro Ltda, de Ribeirão Preto; Instituto de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves Ltda, de São João Del Rei (MG); e Uniseb (União dos Cursos Superiores SEB Ltda), de Ribeirão Preto.

DISPUTA
  O anúncio da conquista do Unisalesiano foi divulgado pelo governo federal em 10 de julho. O prazo para interposição de recursos vai até o dia 5 de agosto. Já no dia 22 de setembro deste ano será divulgado o resultado final. “Nós fizemos tudo aquilo que era possível e a gente até ficou espantado porque os concorrentes eram fortíssimos. Diante do resultado, fiquei muito feliz porque é uma maneira de o Unisalesiano estar a serviço da sociedade de Araçatuba e região”, ressaltou padre Luigi.

Em relação aos investimentos, os R$ 12 milhões citados no projeto aprovado pelo MEC serão direcionados a readequações na estrutura do campus, na rodovia Senador Teotônio Vilela, no bairro Alvorada, e também na aquisição de materiais e complementação dos laboratórios existentes. 

O curso de medicina está previsto para iniciar no primeiro semestre de 2016. O valor da mensalidade será de R$ 5.950,00. “Na próxima semana vamos nos reunir para discutir sobre o vestibular e também contatar o pessoal da Santa Casa”, lembrou padre Luigi. A Santa Casa será transformada em Hospital Escola.

BOLSA
O reitor destacou a oportunidade que o Unisalesiano dará para pessoas carentes que queiram cursar medicina. De um total de 65 vagas anuais, 20% serão destinadas ao Prouni (Programa Universidade Para Todos). No entanto, a fatia de beneficiários pode chegar a 50%, quando incluídos aqueles que terão acesso ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e ao Programa de Apoio Financeiro, da faculdade, com bolsas parcial ou total. “Como o curso tem seis anos, nesse período teremos quase 400 alunos, sendo metade, bolsistas”, projetou o reitor.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Jovens médicos caem na real na série Unidade Básica

A série mistura o acompanhamento de diagnósticos, que é a peça de resistência de clássicos como Dr House e ER (no Brasil, Plantão Médico), com temas polêmicos da vida urbana na periferia.

Com seus oito episódios já gravados e em fase final de edição, a série “Unidade Básica”, do Universal Channel, se destaca como um dos mais promissores lançamentos brasileiros do segundo semestre no cardápio da TV por assinatura. A ideia do roteiro é retratar o dia a dia de jovens médicos que enfrentam o choque entre o que aprenderam na faculdade de Medicina e o microcosmo que existe dentro de uma UBS paulistana.
Pelo pouco que foi revelado até o momento, a série deve misturar o acompanhamento de diagnósticos, que é a peça de resistência de clássicos como Dr House e ER (no Brasil, Plantão Médico), com temas polêmicos da vida urbana na periferia. No caso da série brasileira, que deve estrear em agosto, as unidades básicas não são locais de atendimento primário de emergência. “Não é uma série de denúncia social nem só de diagnóstico. É uma série médica que foca na complexidade das relações”, explicou ao blog a atriz Ana Petta, que será uma das protagonistas ao lado de Caco Ciocler.
Para compor os personagens, o elenco fez uma imersão em uma Unidade Básica e levou para o set de filmagem a médica Helena Petta. Irmã de Ana, ela atuou no setor e acompanha de perto o debate em torno do Sistema Único de Saúde. O cenário da série, segundo a atriz, tenta ser uma síntese das unidades básicas da capital paulista. “Os atores e a equipe que visitaram as UBS se surpreenderam. A dramaturgia ainda não falou sobre essa questão médica”, diz Ana Petta. 
Outra boa opção para os fás do gênero médico é The Night Shift, do A&E, que mostra o turno da noite em um hospital público de Albuquerque, no Novo México. Mistura de Grey’s Anatomy com ER, a série divide cada capítulo em um plantão que mistura os esforços heroicos para salvar vidas com a dura realidade de se administrar um hospital com pouca verba. Os mais “radicais” podem ainda acompanhar no mesmo canal o reality Emergências Noturnas, que estreou em junho e acompanha chamadas de emergências em Nova Orleans de madrugada.

Fies do segundo semestre abre inscrições no dia 3 de agosto

Estudantes poderão se inscrever entre os dias 3 e 6 de agosto.
Edital foi publicado na edição desta segunda do 'Diário Oficial da União'.


Do G1, em São Paulo

O Ministério da Educação divulgou, nesta segunda-feira (27), as regras para a edição do segundo semestre do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). As inscrições começam na próxima segunda-feira (3) e vão até as 23h59 do dia 6. As informações foram publicadas na edição desta segunda do "Diário Oficial da União".
De acordo com o edital, as inscrições para o Fies seguirão um modelo diferente das edições anteriores. Agora, os estudantes deverão se candidatar para uma seleção por meio de um sistema semelhante ao usado no Sisutec. As inscrições serão feitas pelo site .http://fiesselecao.mec.gov.br, que, até o início da manhã desta segunda, ainda estava fora do ar.

CRONOGRAMA DO FIES
Início das inscrições
03 de agosto
Fim das inscrições
06 de agosto
Única chamada
10 de agosto
Conclusão do processo de contratação
13 de agosto
 Na nova plataforma, os estudantes precisarão se inscrever para vagas já definidas pelo próprio MEC, por meio de uma portaria publicada no início do mês que abriu o período de adesão das instituições de ensino. Eles serão selecionados com base na nota do Enem.
Segundo as novas regras, só poderão participar do processo estudantes que ainda não tenham diploma do ensino superior, que tenham feito o Enem a partir de 2010, com nota final de pelo menos 450 pontos, e que tenham renda familiar mensal bruta per capita de até 2,5 salários mínimos. Professores da rede estadual estão isentos de cumprir os três requisitos, e pessoas que tenham concluído o ensino médio antes de 2010 não precisam cumprir a exigência de ter realizado o Enem, mas devem se encaixar nos outros dois requisitos.
Como será a seleção
O edital diz que "o estudante somente poderá se inscrever em 1 (um) único curso e turno de graduação dentre aqueles com vagas ofertadas no processo seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2015".
Os estudantes que fizeram o Enem serão classificados de acordo com a nota final, sendo que os critérios de desempate, em caso de nota igual, seguirão a seguinte ordem: nota da redação, nota da prova de linguagens, nota da prova de matemática, nota da prova de ciências da natureza e nota da prova de ciências humanas.
Já os estudantes que não fizeram o Enem serão classificados de acordo com um cálculo que levará em consideração critérios de renda, raça, profissão e rede de ensino na qual os candidatos estudaram. Pelos cálculos, terão prioridade os candidatos com menor renda familiar bruta mensal, que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas, que tenham estudado na rede pública de ensino e que sejam professores de escolas públicas.
Como será a seleção
O edital diz que "o estudante somente poderá se inscrever em 1 (um) único curso e turno de graduação dentre aqueles com vagas ofertadas no processo seletivo do Fies referente ao segundo semestre de 2015".
Os estudantes que fizeram o Enem serão classificados de acordo com a nota final, sendo que os critérios de desempate, em caso de nota igual, seguirão a seguinte ordem: nota da redação, nota da prova de linguagens, nota da prova de matemática, nota da prova de ciências da natureza e nota da prova de ciências humanas.
Já os estudantes que não fizeram o Enem serão classificados de acordo com um cálculo que levará em consideração critérios de renda, raça, profissão e rede de ensino na qual os candidatos estudaram. Pelos cálculos, terão prioridade os candidatos com menor renda familiar bruta mensal, que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas, que tenham estudado na rede pública de ensino e que sejam professores de escolas públicas.
Resultado
A primeira e única chamada do sistema de seleção do Fiesx vai ser divulgada no dia 10 de agosto, assim como a lista de espera dos candidatos não convocados. Depois, os estudantes da lista de espera devem acompanhar as informações pelo site.
"Após a divulgação do resultado da chamada única, havendo vaga não ocupada, é de exclusiva responsabilidade do estudante participante da lista de espera do processo seletivo do Fies acompanhar sua eventual pré-seleção na página do FiesSeleção na internet, no endereço eletrônico http://fiesselecao.mec.gov.br", diz o edital.
O documento afirma ainda que a aprovação no FiesSeleção "assegura apenas a expectativa de direito às vagas para as quais se inscreveram no processo seletivo do Fies", e que, para garantirem a vaga, os estudantes aprovados devem realizar todo o processo de contratação do financiamento pelo SisFies.
Após o resultado, os estudantes pré-aprovados na única chamada do Fies têm até o dia 13 de agosto para concluir o processo de contratação do financiamento.
Os estudantes que ficarem na lista de espera terão dez dias corridos, a partir da divulgação de sua pré-seleção no FiesSeleção, para finalizar a contratação do financiamento.
Veja abaixo as principais mudanças no Fies:
TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de 2009, passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010 os juros são de 3,4% ano ano.

JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a sustentabilidade do programa, para que, no médio prazo, novos alunos sejam financiados pelos formados". Outra razão é corrigir distorção com o mercado de crédito.
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.

JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos continuarão a ser atendidos.

CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
ANTERIOR: MEC exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda serão financiados, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.

PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES DO BRASIL 
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E 60% dos contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou Distrito Federal.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.
VALIDADADE DAS MUDANÇAS
COMO SERÁ: Mudanças só valerão para os próximos contratos.
JUSTIFICATIVA: "Você não pode mudar um contrato por vontade unilateral. O governo firmou um contrato com milhões de estudantes com determinadas regras e essas regras serão mantidas e respeitadas", disse o ministro Renato Janine Ribeiro.
NOTAS MÍNIMAS NO ENEM
COMO SERÁ: Alunos precisam de 450 pontos na média do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nota diferente de zero na redação.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.

JUSTIFICATIVA: A iniciativa busca aumentar o nível dos profissionais formados com apoio do financiamento público, de acordo com o governo.
UNIVERSIDADES DARÃO DESCONTO EM MENSALIDADES
COMO SERÁ: Instituições participantes vão oferecer um desconto de 5% sobre a mensalidade para os estudantes com contrato do Fies.
ANTERIOR: Estudante pagava a mensalidade mais barata cobrada na instituição pelo curso.

JUSTIFICATIVA: "O governo é um grande comprador de cursos pelo Fies. Ao ser um grande comprador ele deve se beneficiar de descontos que são dados de modo geral quando você compra em grandes quantidades. Calculando 5%, quer dizer que três mil vagas das 61,5 mil são geradas por essa nova economia", afirmou o ministro.

PRAZO PARA PAGAMENTO
COMO SERÁ: Três vezes a duração do curso
ANTERIOR: Até 2010, era de duas vezes a duração.
CRITÉROS DE DESEMPATE
COMO SERÁ: I - maior nota na redação; II - maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; III - maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; IV - maior nota na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e V - maior nota na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.
Crescimento do Fies
A reformulação do Fies em 2015 ocorreu depois de o programa crescer de forma exponencial nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o MEC precisou fazer ajustes no orçamento diante de cortes do ajuste fiscal.
Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014.
Entre fevereiro e agosto do ano passado, o governo federal publicou três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies, que passou a atender também a alunos de mestrado, doutorado e cursos técnicos.
Para conter gastos, o MEC decidiu limitar o prazo para pedido de novos contratos (antes, era possível entrar com a solicitação em qualquer momento do semestre letivo), vincular a aceitação do pedido de financiamento a cursos com notas mais altas nos indicadores de qualidade, privilegiar instituições de ensino fora dos grandes centros e exigir que os estudantes interessados em contratos de financiamento do governo tivessem média de pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
As novas restrições no programa, porém, se depararam com a crescente demanda dos estudantes e o resultado foi um período de instabilidade nos sistema, devido à grande procura por novos contratos, e o esgotamento da verba do Fies de todo o ano de 2015 para novos contratos.
O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era de R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro, essa verba foi gasta inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados no prazo do primeiro semestre. Segundo o MEC, 178 mil pessoas tentaram celebrar novos contratos e não conseguiram.
Por isso, a segunda edição do programa para novos contratos ficou indefinida até que o governo federal finalizasse o reajuste orçamentário.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Médicos simulavam cirurgia cardíaca sem necessidade para desviar recursos do SUS


Jornal GGN - A Polícia Federal deflagrou, na madrugada desta terça-feira (2), a Operação Desiderato, com o objetivo de combater e desarticular organização criminosa composta por médicos, profissionais da saúde e representantes da indústria farmacêutica de próteses cardíacas, que viabilizavam procedimentos cardiológicos sem a real necessidade clínica dos pacientes, muitas vezes simulando procedimentos, com o objetivo de desviar verbas do Sistema Único de Saúde.
A organização criminosa era formada por médicos, servidores do hospital e representantes de empresas de produtos médicos, e agia falsificando documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem nenhuma necessidade dos pacientes. As próteses não utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em cirurgias efetuadas nas clínicas de propriedade dos membros do grupo.  Os médicos elaboravam dois laudos diferentes para um mesmo paciente: Um era encaminhado ao SUS, a fim de justificar o pagamento; outro ao paciente.
A empresa produtora da prótese pagava ao grupo grandes somas pela compra do equipamento, que, na maioria, sequer chegava a ser utilizado pelos pacientes. Os médicos recebiam das empresas propinas que variavam de R$ 500,00 a R$ 1000,00 reais por prótese. O grupo chegava a receber 110.000,00 por mês e os valores pagos, somente por uma das empresas investigadas, chegou a R$ 1.429.902,57 em menos de 03 anos. O grupo criminoso utilizava-se de uma empresa de fachada para lavar o dinheiro proveniente das atividades ilícitas.
A polícia investiga os óbitos que ocorreram em virtude de procedimentos similares para saber se os pacientes mortos também teriam sido vítimas da organização criminosa.
Os médicos, além de receber dinheiro do SUS, também costumavam cobrar pelos procedimentos executados e pagos pelo Sistema Único de Saúde. Sabe-se que, pelo menos um paciente, que veio a falecer, teria pagado uma quantia de R$ 40.000,00 para ser atendido pelos médicos integrantes da organização criminosa.
A operação conta com o apoio do Ministério Público Federal.
Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.
Policiais federais, de várias regiões do pais, estão dando cumprimento simultâneo a cerca de 72 medias judiciais nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. São 8 mandados de prisão temporária, 7 conduções coercitivas, 21 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de sequestro de bens.
Com Agência de Notícias da PF

Novo FIES fechará as portas da medicina para muitos

Médico Faculdade Evangélica do Paraná. Diretor do portal Academia Médica. Preceptor da Semiologia Geral do curso de Medicina da PUCPR Campus Londrina. Integrante da comissão de integração do Médico Jovem do CFM


Não é novidade para ninguém que cursar uma faculdade de medicina é muito caro. Apesar do altíssimo preço, até então o pagamento do curso por uma família de classe média, apesar de difícil, ainda era possível, graças ao FIES.

Não há como negar que a expansão do programa de Financiamento Estudantil do Governo Federal possibilitou a muitos pagar as mensalidades e formar-se. Inclusive este que vos fala, só se formou porque conseguiu o FIES no primeiro ano de faculdade. Hoje minhas mensalidades de abatimento do financiamento são pagas mês a mês sem "doer" tanto no bolso, mas consomem 10% de todo o faturamento mensal.

Meus pais são heróis de terem arcado com 50% dos quase 160 mil reais que custou minha faculdade, que, por incrível que pareça, era uma das mais baratas do Brasil quando entrei em 2007 (R$1.650,00) e quando saí em 2013 (R$2.375,00). Mas muitas coisas mudaram desde a assinatura do meu contrato do FIES até hoje, data do lançamento do edital NOVO FIES 2015.

Irei apresentar uma palestra sobre "O Custo da Medicina" no III Fórum de Integração do Médico Jovem em Out/2015 em Florianópolis. Uma das fases do estudo é verificar quanto custa formar-se médico no país. Um dos componentes desse custo é sem dúvida o quanto custa a faculdade de medicina particular. Sem contabilizar todos os gastos inerentes à alimentação e moradia, o resultado preliminar é assustador!

São ao todo 256 escolas médicas no país ( e subindo), sendo a maior parte delas particulares. Realizando uma média aritmética entre a as mensalidades das 126 escolas particulares com turmas abertas no primeiro semestre de 2015 chegamos ao incrível número de R$ 5.288,53. Ou seja, são necessários 6,7 salários mínimos para pagar a mensalidade do curso de medicina em uma escola particular. Segundo economistas¹, não podemos comprometer mais de 15% da renda familiar com educação. Logo, uma família que tem apenas um filho e deseja pagar a faculdade do filho sem financiamento, deve ter uma renda média de 35 mil reais para que os outros gastos não sejam profundamente alterados.

Gráfico 1 - Custo da medicina - Os valores de reajuste estão contabilizados apenas a inflação prevista para os próximos 5 anos. Esse valor pode aumentar desde que haja aumento dos custos do curso para a mantenedora, que deve apresentar em planilhas o porquê do aumento, ano a ano.

quanto custa a vista

Para o Governo, a reserva para educação superior no caso da medicina deve ser de 38%, logo para conseguir pagar o curso (para o Governo) a sua família deve render aproximadamente 14 mil reais por mês.

Quem ganha mais de 14 mil reais líquidos nesse país?

Parcela ínfima da população não é mesmo. Mesmo assim, até o primeiro semestre de 2015, se você estivesse nessa faixa você ainda poderia fazer uma faculdade de medicina. O FIES aceitava alunos com renda familiar de até 15 mil reais, financiava 100% dos custos a um juro anual muito atraente de 3,4%. O valor financiado podia ser pago em até 19 anos

Então mesmo com a fábula de 445.520 mil Reais (custo médio total dos 6 anos do curso de medicina no Brasil somados os reajustes relativos à inflação) somados ao valor do juros do FIES, ainda era possível um aluno de classe média sonhar em ser médico no país. Caso você conseguisse um financiamento de 100%, o seu saldo devedor ao final de 6 anos seria de 515 mil reais.

Vale ressaltar que segundo o próprio governo, Classe Alta são as famílias que ganham mais de 20 salários mínimos (R$15.760,00) e correspondem a 1% de toda a população brasileira.

brasil é pobre

Com as novas regras, pagar estudos na Pátria Educadora virou um pesadelo que impossibilitará a entrada de muitos no curso de medicina, voltando a ser possível apenas para a minoria absoluta do Brasil. Apenas mais um exemplo de incongruência tupiniquim populista.

Agora, nas novas regras, para candidatar-se a uma vaga no FIES a família não pode possuir uma renda superior a 2,5 salários mínimos per capta (1970 Reais). Some a isso a extinção do financiamento de 100% dos custos. Com as novas regras, um aluno que se enquadre no valor mais alto da tabela (de 2,0 a 2,5 salários/capta) poderá financiar no máximo 81% do custo da mensalidade curso de medicina, sobrando no final do curso, um saldo devedor de 448.097,83 em média².

Custo com novo fies

O prazo de abatimento do montante financiado passará a ser de 18 anos em parcelas mensais que iniciarão logo após a formatura. Anteriormente havia um prazo de 1 ano de carência para o início da amortização da dívida. Logo, assim que formar-se o médico irá ter que arcar com uma parcela de aproximadamente 2074 reais, a serem pagos por 216 meses consecutivos.

Considerando o ganho médio de 700 reais por plantão ( bruto, por cnpj) que passa para 574,56 reais descontados os 16,92% de imposto para a empresa Super Simples, o médico ganha em média 8426,90 reais por um regime de 44h semanais ou 176h mensais. Logo, assim que se forma, a mensalidade do FIES corresponderá a aproximadamente 25% da renda da empresa do médico.

Esse cenário pode ficar ainda um pouco pior. Ao considerarmos que o médico assim que se forma logo entra numa Residência Médica e não possui tempo para ganhar algo além da bolsa de 2400 reais mensais pelos próximos 5 anos, não sabemos o que esperar das futuras gerações.

Então meus amigos que chegaram até o final deste raciocínio, ser médico no Brasil é uma missão ingrata e difícil, que tem um payback muito longo. É sim a profissão que melhor paga recém formado que sai para o mercado de trabalho, mas seus custos atualizados tornam proibitivas as possibilidades de especialização para aqueles que estudaram em escolas particulares.

Aqueles que não estão na faixa de adequação ao FIES (0,5 a 2,5 salários mínimos per capta) terão enormes dificuldades para formarem-se. Há a possibilidade de algumas instituições disponibilizarem outras formas de crédito, porém sempre com taxas maiores que a taxa do FIES. Os valores destes financiamento contemplam 50% ou 25% da mensalidade, tornando a mensalidade corrente bastante cara.

Não adianta, se você é vestibulando, se mate de estudar para passar em uma pública, seus pais irão agradecer. Se você está lendo este texto e acredita que seu filho escolherá medicina para cursar, boa sorte! Comece a guardar dinheiro para pagar a educação dele que ficará cada vez mais cara, pois passar em uma Universidade Pública vai ser algo apenas para os mais preparados!



¹Gustavo Cerbasi para o UOL Educação Nota Governo - Novo Fies Jul-2015; Critério IBGE para definição de classe social no Brasil; Fundo Solidário PUCPR; Blog Tudo Sobre o FIES

Dados sobre as mensalidades obtidos do site http://escolasmedicas.com.br/

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Conselho Monetário Nacional aprova juros mais altos para o Fies

Com decisão desta quinta (23), taxa passará de 3,4% para 6,5% ao ano. 
Mudança já havia sido anunciada pelo ministro da Educação em junho.



O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (23) a elevação da taxa de juros do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) de 3,4% para 6,5% ao ano. A mudança já havia sido anunciada em junho pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e foi agora oficializada pelo CMN.

De acordo com o governo federal, a taxa de 6,5% ao ano valerá apenas para novos contratos. A justificativa para a elevação é "realizar um realinhamento da taxa de juros devido ao cenário fiscal e à necessidade de ajuste fiscal", informou o Ministério da Fazenda, em nota.

"Essa alteração continuará permitindo a oferta de financiamento no âmbito do Fies a juros subsidiados, uma vez que a taxa de 6,5% continua menor que a taxa de mercado. Além disso, a medida contribuirá para a sustentabilidade do programa", justifica a nota.

O Fies financia cursos de ensino superior de estudantes brasileiros em instituições privadas, sendo que os alunos só precisam começar a pagar o valor financiado dois anos após concluírem o curso.

Veja abaixo as principais mudanças no Fies:

TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano.
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de 2009, passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010, os juros são de 3,4% ao ano.
JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a sustentabilidade do programa, para que, no médio prazo, novos alunos sejam financiados pelos formados". Outra razão é corrigir distorção com o mercado de crédito.
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.
JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos continuarão a ser atendidos.
CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
ANTERIOR: Ministério da Educação (MEC) exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda serão financiados, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.
Gastos do governo com o Fies*
Veja a evolução dos gastos do governo federal para custear os contratos de financiamento estudantil
*O dado de 2015 é parcial e deconsidera os gastos das 61,5 mil vagas a serem oferecidas no 2º semestre
23/07/2015 19h04 - Atualizado em 23/07/2015 19h24

Conselho Monetário Nacional aprova juros mais altos para o Fies

Com decisão desta quinta (23), taxa passará de 3,4% para 6,5% ao ano. 
Mudança já havia sido anunciada pelo ministro da Educação em junho.

Débora CruzDo G1, em Brasília
Saiba tudo sobre o Fies (Foto: Reprodução)Fies tem nova taxa de juros oficializada no CMN
(Foto: Reprodução)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (23) a elevação da taxa de juros do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) de 3,4% para 6,5% ao ano. A mudança já havia sido anunciada em junho pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e foi agora oficializada pelo CMN.

De acordo com o governo federal, a taxa de 6,5% ao ano valerá apenas para novos contratos. A justificativa para a elevação é "realizar um realinhamento da taxa de juros devido ao cenário fiscal e à necessidade de ajuste fiscal", informou o Ministério da Fazenda, em nota.

"Essa alteração continuará permitindo a oferta de financiamento no âmbito do Fies a juros subsidiados, uma vez que a taxa de 6,5% continua menor que a taxa de mercado. Além disso, a medida contribuirá para a sustentabilidade do programa", justifica a nota.

O Fies financia cursos de ensino superior de estudantes brasileiros em instituições privadas, sendo que os alunos só precisam começar a pagar o valor financiado dois anos após concluírem o curso.
Veja abaixo as principais mudanças no Fies:
TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano.
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de 2009, passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010, os juros são de 3,4% ao ano.
JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a sustentabilidade do programa, para que, no médio prazo, novos alunos sejam financiados pelos formados". Outra razão é corrigir distorção com o mercado de crédito.
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.
JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos continuarão a ser atendidos.
CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
ANTERIOR: Ministério da Educação (MEC) exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos.
Gastos do governo com o Fies*
Veja a evolução dos gastos do governo federal para custear os contratos de financiamento estudantil
*O dado de 2015 é parcial e deconsidera os gastos das 61,5 mil vagas a serem oferecidas no 2º semestre
orçamento (em bilhões de R$)12,513,757,5720132014201502,557,51012,515
Fonte: MEC/FNDE
PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E 60% dos contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou Distrito Federal.
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.
VALIDADADE DAS MUDANÇAS
COMO SERÁ: Mudanças só valerão para os próximos contratos.
JUSTIFICATIVA: "Você não pode mudar um contrato por vontade unilateral. O governo firmou um contrato com milhões de estudantes com determinadas regras, e essas regras serão mantidas e respeitadas", disse o ministro Renato Janine Ribeiro.
NOTAS MÍNIMAS NO ENEM
COMO SERÁ: Alunos precisam de 450 pontos na média do Enem e nota diferente de zero na redação.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.
JUSTIFICATIVA: A iniciativa busca aumentar o nível dos profissionais formados com apoio do financiamento público, de acordo com o governo.
Fies em números
A quantidade de novos contratos do Fies aumentou quase dez vezes entre 2010 e 2014
novos contratos do Fies por ano252,4731,3560377,8154,376,220102011201220132014201502505007501000
Fonte: MEC/FNDE
UNIVERSIDADES DARÃO DESCONTO EM MENSALIDADES
COMO SERÁ: Instituições participantes vão oferecer um desconto de 5% sobre a mensalidade para os estudantes com contrato do Fies.
ANTERIOR: Estudante pagava a mensalidade mais barata cobrada na instituição pelo curso.
JUSTIFICATIVA: "O governo é um grande comprador de cursos pelo Fies. Ao ser um grande comprador ele deve se beneficiar de descontos que são dados de modo geral quando você compra em grandes quantidades. Calculando 5%, quer dizer que três mil vagas das 61,5 mil são geradas por essa nova economia", afirmou o ministro.
PRAZO PARA PAGAMENTO
COMO SERÁ: Três vezes a duração do curso.
ANTERIOR: Até 2010, era de duas vezes a duração.
CRITÉROS DE DESEMPATE
COMO SERÁ: I - maior nota na redação; II - maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; III - maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; IV - maior nota na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e V - maior nota na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame. Não havia critério de desempate.
Crescimento do Fies
A reformulação do Fies em 2015 ocorreu depois de o programa crescer de forma exponencial nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o MEC precisou fazer ajustes no orçamento diante de cortes do ajuste fiscal.
Segundo o FNDE, o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014.
Entre fevereiro e agosto do ano passado, o governo federal publicou três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies, que passou a atender também alunos de mestrado, doutorado e cursos técnicos.
Para conter gastos, o MEC decidiu limitar o prazo para pedido de novos contratos (antes, era possível entrar com a solicitação em qualquer momento do semestre letivo), vincular a aceitação do pedido de financiamento a cursos com notas mais altas nos indicadores de qualidade, privilegiar instituições de ensino fora dos grandes centros e exigir que os estudantes interessados em contratos de financiamento do governo tivessem média de pelo menos 450 pontos no Enem.
As novas restrições no programa, porém, se depararam com a crescente demanda dos estudantes, e o resultado foi um período de instabilidade no sistema, devido à grande procura por novos contratos, e o esgotamento da verba do Fies de todo o ano de 2015 para novos contratos.
O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era de R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro, essa verba foi gasta inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados no prazo do primeiro semestre. Segundo o MEC, 178 mil pessoas tentaram celebrar novos contratos e não conseguiram.
Por isso, a segunda edição do programa para novos contratos ficou indefinida até que o governo federal finalizasse o reajuste orçamentário.
Fonte: G1

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