Uma ex-aluna do Colégio Olimpo Integral de Goiânia levantou no Facebook nesta quinta-feira (6) um debate a respeito da colocação da instituição de ensino entre as melhores escolas do Brasil que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Giovanna Kirchner publicou em um grupo de vestibulandos do curso de medicina na rede social, que o Olimpo Integral “rearranjou” seus alunos em suas outras unidades de acordo com suas notas em provas do próprio Colégio.
De acordo com a estudante, ela e seus amigos que obtinham média 8 nos simulados da instituição, “eram inscritos como estudantes do Colégio Olimpo de Anápolis”. Esta transferência de alunos, segundo a denúncia de Kirchner, explicaria a 3ª posição do Olimpo Integral no ranking das melhores escolas do País. “Os grandes gênios do Olimpo de outras unidades foram inscritos no nosso lugar no Colégio Olimpo Integral”, comentou a jovem.
O Colégio Olimpo de Goiânia teve a terceira melhor nota no Exame, abaixo apenas do Objetivo, de São Paulo, e do Farias Brito, de Fortaleza. A média do colégio particular da capital foi de 735 pontos, segundo os dados do Ministério da Educação (MEC) divulgados nessa quarta (5).
A divulgação do desempenho de escolas públicas e particulares no Exame suscitou novamente a possibilidade de um “maquiamento” das notas. O próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ao tornar públicas as informações, ressaltou que os resultados devem “ser considerados com cautela, uma vez que a participação dos estudantes no exame é voluntária”. “Por esta razão, a representatividade dos resultados varia de acordo com o percentual de participação de estudantes em cada escola”, completa a nota.
Em entrevista ao O Hoje, o professor de química Gustavo Silva, um dos donos do Colégio MilleniumClasse da capital, classificou a suposta atitude da direção da escola concorrente como “vergonhosa”. O Colegio MilleniumClasse obteve no Exame a média de 611.
“Essa atitude vai contra a ética que os professores ensinam na sala de aula. Mas isso não acontece apenas em Goiás. Inclusive há denúncias de que a escola de Fortaleza, que ficou em 1º lugar no Enem, também usou dessa prática para atingir a colocação. Além disso, o próprio aluno denuncia essa fraude, da pior qualidade”, disse Gustavo.
Outro fato que chama atenção é que apenas três escolas do top 20 do Enem têm mais de 90 alunos. No caso do Olimpo Integral, apenas 36 alunos da instituição, segundo os dados do MEC, participaram do Exame. “Qual escola sobrevive com esse número mínimo de alunos? É evidente que todos esses colégios têm mais alunos em suas salas e eles selecionaram os melhores para elevar a nota da instituição”, afirmou Gustavo. A reportagem tentou contato com a direção do Colégio Olimpo, no entanto não obteve resposta.
Fonte: ohoje.com
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