Einstein terá vestibular e dinâmica de grupo para novos alunos de medicina
Mensalidade da graduação será R$ 5,9 mil; até 20% dos alunos terão bolsa.
Objetivo é formar 'médicos líderes', que saibam trabalhar em grupo.
O Hospital Israelita Albert Einstein, complexo de saúde existente há 60 anos em São Paulo (SP), oferecerá o curso de graduação em medicina a partir do início de 2016. Serão 50 vagas abertas semestralmente, com mensalidades de R$ 5.900 (veja abaixo valores de outras faculdades de medicina).
A forma de ingresso tem especificidades: a primeira fase, no dia 1º de novembro, é mais próxima da convencional, com prova escrita, formada por testes, perguntas dissertativas e redação. Preparado com exclusividade pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), o exame selecionará os 250 estudantes com maior pontuação.O período de inscrições para o processo seletivo da primeira turma começará nesta segunda (17), às 10 horas, e irá até 13 de outubro, às 16 horas. A taxa para participar é R$ 150.
Custo das faculdades de medicina com melhores notas CPC (Conceito Preliminar de Curso), de acordo com o MEC | |
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Instituição
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Mensalidade
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Universidade Caxias do Sul (RS)
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R$ 5.813,29
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PUC-RS (RS)
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R$ 5.588,29
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UNI-BH (MG)
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R$ 5.560,64
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Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo (SP)
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R$ 5.094,55
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Multivix Vitória (ES)
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R$ 4.799,00
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Universidade Nove de Julho (SP)
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R$ 4.658,00
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Univás (MG)
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R$ 4.657,00
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Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP)
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R$ 4.594,00
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Universidade Positivo (PR)
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R$ 4.650,00
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FMABC (SP)
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R$ 4.370,00
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Os candidatos poderão escolher usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como bônus – caso tenham um bom desempenho e queiram utilizá-la, ela representará 20% da média nesta fase. O grupo selecionado seguirá para uma segunda etapa, em que outras habilidades serão testadas.
DINÂMICA DE GRUPO
Os candidatos passarão por oito estações diferentes, nas quais ocorrem dinâmicas de grupo e trabalhos em equipe. Dois observadores avaliam o desempenho dos vestibulandos para que 50 sejam aprovados. A intenção é selecionar aqueles que possuem habilidades correspondentes ao perfil de profissional do Einstein.
“Uma prova mede só uma dimensão do aluno. Não avalia a capacidade de relacionar-se com outras pessoas, por exemplo. E o contato humano é importante para nós, médicos”, afirma Claudio Schvartsman, vice-presidente de ensino e pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein.
Caso haja, entre os selecionados, alunos que não tenham condições financeiras para pagar a mensalidade, serão ofertadas bolsas de estudo para até 20% dos matriculados. A princípio, o benefício valerá para um ano – a renovação dele dependerá do desempenho do estudante nas avaliações do curso. A faculdade não prevê adesão ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
De acordo com Schvartsman, a intenção não é que a faculdade lucre: ela deve ser autossuficiente, sem depender de subsídio do hospital. O valor arrecadado será 100% reinvestido na graduação.
AULAS
A ideia de criar o curso veio a partir da necessidade de formar um número maior de médicos no Brasil e de preparar profissionais mais humanos. O Einstein já possuía programas de pós-graduação e residência, além da graduação em enfermagem – faltava apenas o ensino superior em medicina.
“Não queremos apenas bons especialistas, e sim líderes, que saibam trabalhar em grupo”, diz Schvartsman. “O ensino nesta área, em geral, é muito individualista. A responsabilidade de cada um é grande, mas é preciso lidar com equipes multidisciplinares, como em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).”
Por isso, os alunos terão disciplinas focadas em formação humanística, que abordem cuidados alternativos, direito à vida e à morte, preparo para lidar com doenças sem cura, entre outros temas. Também serão ensinados, de acordo com o vice-diretor de ensino e pesquisa, a ter noções de gestão, sobre fontes pagadoras, Sistema Único de Saúde (SUS), legislação relacionada à saúde e mercado de trabalho.
Os professores da graduação trabalham no Hospital Israelita Albert Einstein – para as áreas em que não há docentes disponíveis no complexo de saúde, profissionais de fora serão contratados. Por enquanto, cinco pessoas foram escolhidas – dentre elas, um bioquímico.
As aulas, conta Schvartsman, serão ministradas seguindo o método “team-based learning” (“aprendizagem baseada em equipes”) – a sala será composta por mesas grandes, ocupadas por equipes de alunos. Elas recebem textos e livros e debatem sobre eles em grupo.
“O professor é apenas o moderador da discussão. Há aulas expositivas, mas são minoria”, diz o vice-diretor de ensino e pesquisa.
Para ele, a geração atual de jovens é acostumada “ao padrão 140 caracteres do Twitter”: está mais digital e antenada, não conseguiria absorver tanto conteúdo ou manter a concentração em aulas de formato tradicional.
Quanto ao conteúdo, o foco será em ensinar matérias úteis para a prática da profissão. A equipe organizadora do novo curso de graduação acredita que os dois primeiros anos das faculdades de medicina são sempre focados em ensinamentos de fisiologia, anatomia e outros itens que exigem memorização excessiva de matérias. Pouco tempo depois, os estudantes não conseguem mais se lembrar de tantas informações detalhadas.
O objetivo do curso do Einstein será, portanto, o de ater-se ao que fará sentido para o exercício clínico. Claudio Schvartsman cita um exemplo: no início, em geral, aprende-se sobre 60 reparos anatômicos do fêmur. Mas, no dia a dia da profissão, só 10% deles serão úteis para tratar os pacientes. “A graduação vai focar sempre nesta parcela mais importante”, conta.
As turmas de medicina terão aula na unidade Francisco Morato, no Butantã, no mesmo local onde está sediado o curso de enfermagem. Em 2017, um novo prédio será inaugurado no Morumbi, em uma área onde funcionava um estacionamento.
AVALIAÇÃO
Todas as aulas serão filmadas e disponibilizadas aos alunos pela Internet, no portal acadêmico. Não haverá chamadas nem registros de presença física dos estudantes. No entanto, os conteúdos serão cobrados semanalmente, em provas definidas como “obsessivas” por Schvartsman.
Também existirá uma forma de avaliação feita pela própria classe. Cada aluno precisará julgar o desempenho de seus colegas de equipe – e não adianta distribuir um “ótimo” a todos. Pelo menos um deve ser definido como “ruim”. É uma cota de notas que deve ser dividida entre o grupo.
INTERNATO E INTERCÂMBIO
O internato, período em que o estudante de medicina faz estágio em hospitais, será diferente na faculdade do Einstein: em vez de ocorrer nos dois últimos anos, como na maioria dos cursos, durará 6 meses a mais que o usual.
O aluno poderá estagiar no próprio Einstein, no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M’Boi Mirim), na Unidade de Pronto Atendimento do Campo Limpo, no Ambulatório de Paraisópolis, no Hospital da Vila Santa Catarina (provavelmente disponível a partir de 2016), entre outras instituições.
Também haverá a possibilidade de intercâmbio de alunos do curso de enfermagem e de medicina com a Case Western Reserve University, em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos. O projeto, opcional, poderá ser feito no meio da graduação (antes do internato) ou após a conclusão do curso.
FONTE: G1
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