domingo, 31 de agosto de 2014

O que muda nas UTIs com a RDC 07?



Desde 24 de fevereiro, está valendo na íntegra a resolução RDC 07/10 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a qual estabelece padrões mínimos para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo país. Publicada originalmente em 24 de fevereiro de 2010, a resolução estabeleceu um prazo de 180 dias para adequação das UTIs. Contudo para alguns artigos específicos da resolução, principalmente no que tange a recursos humanos, o prazo estabelecido foi de três anos.
A partir de agora todas as exigências contidas na resolução deverão ser cumpridas integralmente pelas UTIs. O objetivo da RDC 07/10 é reduzir riscos aos pacientes, profissionais de saúde e meio ambiente, bem como melhorar a qualidade dos serviços prestados.
Dentre as exigências, em relação à equipe multiprofissional e aos recursos humanos torna-se obrigatório um responsável técnico médico, um fisioterapeuta e um enfermeiro coordenadores de suas respectivas equipes, sendo necessário que todos tenham especialização em terapia intensiva e podendo ser coordenadores de no máximo duas UTIs.
As equipes multiprofissionais devem ser formadas por, no mínimo, um médico diarista a cada 10 leitos, um enfermeiro a cada 8 leitos, um fisioterapeuta a cada 10 leitos e um técnico de enfermagem a cada 2 leitos. Além disso, a equipe deve participar de um programa de educação continuada.
Também passa a ser obrigatório o monitoramento de indicadores de saúde e o gerenciamento de riscos inerentes as atividades praticadas nas UTIs. Segundo o fisioterapeuta membro da ASSOBRAFIR (associação brasileira de fisioterapia respiratória e terapia intensiva) e gestor hospitalar Paulo Eugênio Silva, “Vivemos uma crise atual no setor da saúde, pela falta de recursos materiais e humanos. Além disso, muitos gestores não estão adequadamente capacitados para compreender as necessidades de cada especialidade profissional”.
“A RDC 07 é uma luz no fim do túnel para a normatização da assistência hospitalar no Brasil. Porém, muitos gestores pensam que a implantação da RDC 07 será apenas mais um ônus para o hospital, pela necessidade de contratação de profissionais e estruturação das UTIs. No entanto, o que deve acontecer é a contenção de custos pela redução de pacientes crônicos e complicações como, por exemplo, as complicações relacionadas ao aspecto físico funcional que estão ligadas ao tratamento fisioterapêutico inadequado”.
Cabe agora aos gestores adequar a organização e estrutura das UTIs à nova realidade, conscientizar e treinar sua equipe em relação às novas regras, bem como promover uma cultura de integração entre a equipe, com foco no resultado dos indicadores e melhoria constante de desempenho.

FONTE: http://www.hmdoctors.com/index.php/2013/03/o-que-muda-nas-utis-com-a-rdc-07/#.VAOpNvldXT-

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